domingo, 1 de novembro de 2009

ENQUANTO MINTO...

"Sinto nas entranhas
Uma desgraçada e imensa saudade que me causa estertores,
Que me traz náuseas, me retém o controle motor,
Sinto um naufrágio e uma falta que asfixia,
Sinto tudo de todo e muito e no entanto minto.
Ninguém sabe das mínimas ilhas onde habitam seres
Completamente ignóbeis do que é amor,
Ninguém sabe dessas minhas ilhas,
Das falésias de onde a dor desaba
E vai por terra tentar se livrar da sede no mar.
Sinto na espinha essa desregrada e violenta saudade
Que me aponta o dedo e me acusa de desertor,
Só porque não pude mais sofrer,
Não tive como reaver o amor,
Passar em revista exércitos de erros,
Não persisti até o último fôlego, degolei o infinito.
Por isso minto que é saudade
A dor do fracasso que sinto..."
(Paulo Vanzolini)

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