segunda-feira, 9 de novembro de 2009

HUMILDADE

"Senhor, fazei com que eu aceite minha pobreza
tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter e se perdeu
por caminhos errados e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade seja
como a chuva desejada caindo mansa,
longa noite escura numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita, minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma, o fogo alegre
da minha casa na manhã
de um novo dia que começa...”
(Cora Coralina)

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