sábado, 7 de novembro de 2009

NANO

"Tenho um piano e um medo humano,
uma maleta, uma mal-criação...
Se há mão na gaveta onde um pano
também há de haver luminação.
Tenho que o sol entre, desumano,
para tomar-me um pé e a mão,
assim eu posso crer que foi engano
pensar que houve outro pé no chão.
Levo meus olhos cima, leviano
vou com perfil e vento, nano
de amor, vou grão em grão...
Sou cereal, manhã no armazém,
a porta e a tela lenta em vai-e-vem,
E na soleira o sol em difusão..."
(Luis Gustavo Cardoso)

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