sexta-feira, 13 de novembro de 2009

POEMA DA DESPEDIDA

"Não saberei nunca dizer adeus
Afinal, só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor, neste tempo,
seja ainda cedo.
Não é este sossego que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos...
Agora não resta de mim o que seja meu
e quando tento o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca.
Nenhuma palavra alcança o mundo, eu sei
Ainda assim, escrevo..."
(Mia Couto)

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