sexta-feira, 13 de novembro de 2009

POEMA EM ALUCINAÇÃO CONJUNTA

"Nossos corpos estão a cada segundo
sendo banqueteados pelo tempo.
Sobrevoando dentro dos segundos
eu encontro a perfeição dos instantes,
Eu encontro o abismo da minha memória naufragada
Que mesmo afundando procura a si mesmo no fundo,
Já não há mais espaço para a morte,
viver também é morrer inevitavelmente.
O sonho não passa de uma simetria,
realizá-lo é nossa anarquia cosmológica.
Espectros rodeiam as carcaças
das angústias que fogem pelos dedos
Eu sou mais do que nunca
um fragmento de página em branco
rabisca pelo infinito
Na minha alma estão seres vestidos de labirintos
e outras formas de poesia
À noite me entrega raios que partem meus olhos
com a luz fugitiva da manhã
Na há deuses nem fantasmas que me convençam
a não usar minhas asas promiscuamente indefesas
Quem me dera pode vagar pelo interior de cada ser e
encontrá-los a si mesmo
Mas isso impediria a formidável procura
que por si só já define uma vida,
Desejos náufragos das minhas fala
que se quebra como a onda nebulosa
Para que pára-quedas se cair é só um movimento
continuamente onipresente?
Queda sem chão,
mas quando encontramos o chão
nos damos conta que somos inesgotáveis
Em nossos atos de misturas de vidraças
com vôo cheio de nuvens
Também somos pedaços de tudo
que é infinito e finitamente eterno... "
(João Leno Lima)

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