sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SONETO DA LIBERDADE

"Não que eu ame teus filhos cujo olhar obtuso
somente vê a própria e repugnante dor.
Cuja mente não sabe, ou quer saber, de nada.
É que, com seu rugir, tuas democracias,
teus reinos de terror e grandes anarquias
Refletem meus afãs extremos como o mar,
Dando-me liberdade! -à cólera uma irmã.
Minha alma circunspeta gosta de teus gritos
Confusos só por causa disso: do contrário,
Reis com sangrento açoite ou seus canhões traiçoeiros
Roubavam às nações seus sagrados direitos,
Deixando-me impassível e ainda, ainda assim,
Esses cristos que morrem sobre as barricadas,
Deus sabe que os apóio ao menos parcialmente..."
(Oscar Wilde)

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