quarta-feira, 11 de novembro de 2009

VAZIO

"Inútil, vazio, oco,
assim está o meu peito
a cada dia que passa
a cada sonho desfeito.
Perdi o norte, a esperança,
uma andorinha sem asas.
Sinto crescer as raízes
que me prendem, asfixiam
e me queimam como brasas.
Não vejo nem posso ouvir,
das sombras que me rodeiam
é impossível fugir.
Sei que existem outros mundos,
que há locais onde o sol
continua a brilhar
e os pássaros chilreiam,
mas aqui onde me encontro
os silêncios são profundos.
Inútil, vazio, oco,
assim está o meu peito.
Não encontro solução,
no deserto onde me deito
está desfeita a ilusão,
só me resta um grito rouco...
Onde estás meu coração?
Tão vazio o meu peito."
(Ana Ericeira)

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