"Quando ouço Maria Bethânia
é como se uma lâmina muito afiada
me cortasse rente a pele
e tirasse minha casca
e soprasse meus caminhos de água,
movesse os rios que correm dentro de mim.
Quando ela diz de amor
essa água em mim verte, cascata,
como quando leio
um guardanapo velho, amassado,
que guarda do tempo a declaração mais bonita,
bêbada que um dia alguém que me lê escreveu.
Quando essa mulher não entende
e faz cara de "que importa?" não importa,
não importa o que vale nessa vida, nêgo, é o que toca..."
(Lemuel Cintra)
terça-feira, 17 de março de 2009
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