quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

TE AMO

"Não preciso te conhecer pra dizer que te amo.
Seja lá quem você seja
és uma das faces do Ser no planeta.
Uma faceta que escorre
pelas gretas tentando safar-se.
Machuca. Machuca-se.
Dá murro em ponta de faca.
Bate cabeça. Dá as costas.
Enfrenta.
Não corre da raia. Tropeça.
Vai aos trancos e barrancos.
Luta para estar vivo. Aspira,
porque aspirar é da natureza de quem respira.

Te amo,
seja preto, branco, vermelho ou amarelo.
Sei que o elo vai além das considerações
e o que nos une transluz em batidas cardíacas,
em cadências e pulsares.
Pode, até, esconder-se nos confins da Terra,
mas não adianta, tua essência berra.
Não há nesga que não esteja contida,
que não seja acolhida
pelo sopro do amor.

Te amo e pronto!
Se queres o confronto,
se em alguma instância o desaponto,
põe um ponto.
Talvez reticências,
mas sempre existirá o nós.
Somos feitos de relações
e apesar de termos sentimentos que nos separam,
todos são um modo de amor que ainda não vingou.

Te amo
pela simples razão.
Por ser fato consumado.
Para além das estribeiras.
No entanto e sem intuito.
Fortuito ou arteiro.
Te amo árido,
cálido, falido, polido,
intransigente, receptivo.
Não importa o adjetivo.
Te enxergo coração noviço,
em reboliço para entender o que se passa.
Para entender que aonde há fumaça
o fogo principia.
E se há fogo, não haverá paz
enquanto não se permitir incendiar-se
pela paixão do espírito.

Te amo.
E por mais que disfarces,
por mais que se distraia
com púrpuras e brilhos
te vejo como a mais rara poesia.
Um capricho do Grande Espírito
ao povoar sua casa..."
(Rosam Cardoso)

Um comentário:

Unknown disse...

Ótimo o poema, aliás, lindo!!!!!

Abraços,

Vania