segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SÓ SEI FALAR DE AMOR

"Sinto algo no meu pulso
e fervoroso escrevo apressado no impulso,
por que pulsa dentro de mim um fogaréu que me inflama.

Sinto a solidão da noite e acordo em claro, em chamas,
levanto sonolento,
no escuro da madrugada silenciosa, no alento,
e como alguém que subscreve, subscrevo mascarado,
quase de olhos serrados.

O amor que sinto vem das entranhas,
sigo algo impulsivo e um pulsar de amor que vem estranho,
é meu coração que eu mesmo assim me fiz.

Sinto saudades do amor da mulher que amei e não me quis,
por não saber me amar, não saber de fato se entregar,
por medo do pecado que a Igreja lhe entranhou,
por vergonha de amar pela sociedade que mal lhe ensinou,
mas o verdadeiro mal lhe impregnou.

Já amo muito aquela mulher que ainda vai demais me amar,
amo os filhos meus e dela que ainda vão nascer.
Amo os meus filhos distantes que ainda em breve vão chegar,
e no meu colo vão se achegar.
Amo meus pais que se foram e em Jesus vão ressuscitar.
Amo poucos parentes distantes daqueles muitos tão perto,
os amigos virtuais que preenchem as manhãs e noites,
e os reais tão poucos mas distantes que eu cerco,
os meus cães tão fervorosos comigo no dia a dia
e os animais e a flora, da natureza sã.
Amo minhas tintas, canetas, as cores, a poesia.

Eu só sei falar de amor, me perdoem falar.
Exalo-me em amor sem-vergonha, sem medo de amar,
pois o amor é pra se sentir, pensar, escrever, falar, dar, doar
e quem nunca amou ou amou pouco, ainda vai muito amar.

A poesia ela me seduz e encanta, me ilude e faz sonhar.
A verdade é a minha pele nua e crua, sem ninguém a acariciar
e a solidão a me espreitar os sonhos a me trazerem insônia,
assim escrevo nas madrugadas pra desabafar
a solidão de um artista e poeta perante a imensa natureza,
sem tempo, apenas a poesia, o amor, a beleza..."

(Pietro Biaggi)

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