terça-feira, 16 de setembro de 2008

DO QUE NÃO SE SABE...

"Sem medo, sabe?
não sabe ainda, mas um dia vai saber.
O medo fica ali petrificado
pra quem não olha fixo pra ele,
pra quem não consegue chegar perto
pra entender suas formas, suas cores.
Ele é enquanto desconhecido;
ele está, e depois voa, quando olhado no olho.
O olho verde do medo, tão verde que dói.
É igual à mariposa-monstro
estava na porta do armário.
Ficou lá enquanto eu fechava a porta do quarto
e deixava ela dormir sozinha -
eu dormindo no quarto ao lado.
Ficou lá.
Um dia, dois dias, três, quatro, quatro e meio.
Sem se mexer, sem piscar.
Até que eu finalmente cheguei perto.
Olhei bem a mariposa-monstro e seus olhos tão verdes,
e ela nem era mais monstro.
Era uma pequena fada preta
que tinha pousado ali pra me ensinar alguma coisa.
Foi quando ela sorriu, eu acho.
E foi embora, de uma voada só..."

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