segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PRISIONEIROS

"Será o tempo uma cilada
armada nos cantos das cidades
onde os homens articulam versos
e revoluções?
Ou só um ato desatado
num palco de cem cenários
como a cortina deste século
envolta no peso atômico
dos elementos?
Será um artifício
que arrebenta a cada instante
as portas escoradas na distância
feito o outro lado do meu corpo andante
a caminhar impune
pelas veias secas dos teus braços?
Ou nada há que investigar
nos rostos atônitos das crianças
no cansaço incerto dos passantes?"
(Otávio Afonso)

Nenhum comentário: