quinta-feira, 6 de março de 2008

EIS A NOITE...

Eis a noite…
Muda, nua e calada, isenta de sons e perfumes,
Como um sonho distante, como um dia sem amanhã…
Não há dor, nem prazer, simplesmente o silêncio dominador, ditador,
sobre os seres e as coisas…
Não há desespero, nem esperança, simplesmente o nada em tudo,
soberano sobre a imensidão do Universo…
Eis a noite…
Elegante dama, fugaz e mascarada, presente na ausência das horas,
no Carnaval de nossas almas anelantes,
nos beijos invisíveis de nossos desejos acoitados, acalentados…
Não há hora, nem dimensão,
simplesmente o verbo divino dos anjos, redentor,
vibrando nos ouvidos e corações…
Não há perdão, nem esquecimento,
simplesmente teu amor singelo e suave
desvairando sobre os meus pensamentos
banhados de luz…
(Jean-Pierre Barakat)

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