segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DESCULPA...

"Te olho nos olhos e você reclama
que te olho muito profundamente.
Desculpa, tudo que vivi foi muito profundamente...
Eu te ensinei quem sou e você
foi me tirando os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim,
como se houvesse possibilidade de me inventar de novo.
Desculpa...
Desculpa se te olho profundamente, rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços.
A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos.
Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim.
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
te olhando profundamente..."
(Fabrício Carpinejar)

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