sexta-feira, 13 de novembro de 2009

FIM

"Como quando o rio acorda antes das aves,
antes do sol, antes das flores,
e se sente completamente só com tanto para dizer ,
as palavras ficaram mudas.
Como se o universo inteiro estivesse a dormir
e apenas eu fosse a Maga acordada.
Tanto para dizer e as palavras parecem mortas.
Talvez sejam mesmo assim
e não venham mais me fazer companhia e bater no meu peito.
Talvez já não sejam precisas .
Talvez só existam enquanto fazem sentido para alguém.
São frágeis como andorinhas,
mas com asas mais pesadas do que o mundo.
Tanto por dizer e as palavras afogaram-se ,
como se o céu fosse um mar e ficaram imóveis lá no fundo.
Por isso despeço-me daqui em silêncio.
Não de ti, que me lê, mas das palavras que nunca irás conhecer.
Aquelas que nunca poderei dizer, escritas com pétalas nos dedos,
desabrochando segredos plantados no meu coração.
Não é tristeza, é ficar só.
Como quando o rio acorda antes das aves,
antes do sol, antes das flores..."
(Maga)

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