sexta-feira, 13 de novembro de 2009

NOSSOS OSSOS

"Quando me avisto -ocluso e escuro-
polindo impávido tua prata e teu ouro
fico a pensar se a espécie de porcelana fina
com que me modelaram
não foi a feita com a cinza de meus ossos
que o tempo exumou.
Quando me desespero -recluso e confuso-
apalpando pávido minhas vias e minhas veias
descubro a espécie de amor
com que me forjaste:
- Aquele, cheio de afetos, feito com a lágrima
que te lavou e me levou a morrer de saudades
quando morreste tu de amor por mim.
Partiste tão sem demora que nem pude eu fazer
das cinzas de teus ossos, a porcelana única e alva
para fundir-te altar onde eu queria ver
entronizado meu amor por ti
- meu imorredouro amor por ti -
no supremo sacrário de nossas rendições."
(Oswaldo Antônio Begiato)

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