"No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...
Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguea
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!
Estou junto de ti e nâo me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!
Trago-te como um filho nos meus braços!...
E na tua casa... escuta!... Uns leves passos...
Silêncio, amor! Abre... sou eu..."
(Florbela Espanca)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
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