quarta-feira, 11 de novembro de 2009

AGORA QUE AS PALAVRAS SECARAM

"Agora que as palavras secaram
e se fez noite entre nós dois,
agora que ambos sabemos
da irreversibilidade do tempo perdido,
resta-nos este poema de amor e solidão.
No mais é o recalcitrar dos dias,
perseguindo-nos, impiedosos, com relógios,
pessoas, paredes demasiado cinzentas,
todas as coisas inevitavelmente lógicas.
Que a nossa nem sequer foi uma história diferente.
A originalidade estava toda na pólvora dos obuses,
no circunstanciado afivelar dos sorrisos
à nossa volta e no arcaísmo da viela
onde fazíamos amor..."
(Eduardo Pitta)

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