segunda-feira, 16 de novembro de 2009

AMOR PRA RECOMEÇAR...

"Pra estar um cadim mais perto do que mereço/preciso,
depois de peregrinar por terras tão áridas e distantes
que quase nem reconheço como propriedade minha,
só me faltava um amor daqueles quentinhos, de manhã cedo,
com gosto de hortelã e cheiro de mato molhado...
enquanto esse não chega, tenho vivido algo menos ordinário.
Cinestesicamente delicioso e moralmente questionável.
Me fez mais viva, me faz mais corajosa
e me fará – certeza – me fará mais gente.
Amém.
O terapeuta diz e eu quase concordo,
que ele está me ensinando a lidar com a finitude das coisas,
que eu sempre acabo com elas antes do final
pra não precisar lamentar a perda.
Que nobre jeito de desperdiçar a vida, não?
Nobre e tristíssimo.
Covarde, maniqueísta e em vias de superação...
Estamos na fase do -quem vai dizer tchau?-,
dói fininho às vezes.
Mas como ninguém foi embora a-i-n-d-a,
manda a verdade que se diga que estamos mesmo
é em fase nenhuma,
mortos de pena pelo derradeiro inevitável,
procurando um meio termo razoável
entre o que é bom e o que é correto.
Cá comigo, secretamente, alimento a vaga esperança
de um dia acordar absolutamente assexuada
em relação a ele e acabarmos bons e castos amigos.
Prematuramente meio brochas.
Divertidos, serenos, gratos e cúmplices ad eternun.
O top da urbanidade, convenhamos.
Fico por aqui te desejando,
pra hoje e pra sempre,
amor pra recomeçar..."
(Luciana Reis)

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