"Bela, bela, mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria.
Seu nome, seu nome era...
Perdeu-se na carne fria,
perdeu na confusão
de tanta noite e tanto dia,
perdeu-se na profusão
das coisas acontecidas,
constelações de alfabeto,
noites escritas a giz,
pastilhas de aniversário,
domingos de futebol,
enterros, corsos, comícios,
roleta, bilhar, baralho...
Mudou de cara e cabelos,
mudou de olhos
e risos, mudou de casa
e de tempo:
mas está comigo,
está perdido comigo, teu nome
em alguma gaveta..."
(Ferreira Gullar)
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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