segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ENRUBESCER-SE

"Despertei enjoada, nada queria,
nem ao menos o gosto que pode ter tocar-se
um corpo masculino por nada, só por afeto.
O aperto na boca do estômago.
Perdi a esperteza,
confiei nos versos de amor de um comprador qualquer.
Seria assim ter homem depois de lidado a chama que arde,
desgasta e cessa?
Saudade dos dedos que tramavam meus fios de cabelo,
conhecendo a suavidade, restaurando aos poucos
o saber do carinho que já havia perdido.
Que bom seria encostar-me e dormir, dormir,
quiçá sonhar, quem sabe.
Sinto-me agoniada; cegueira.
Quero respirar e deixar no ar um eco.
Sem teatros, quero sentir fomes de amores,
de desejos, de calores, encarnados, novamente..."
(Carolina Pires Campos)

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