sábado, 7 de novembro de 2009

O OLHO QUE TUDO VÊ...

"Esse paradoxo de ser ou não.
Faço o que quero e me comporto ou me largo a um destino vão?
Só com meu ego eu me importo e é uma pena se não concordam...
Porque já tenho maturidade.
Não vejo habitarem em mim os grandes demônios
Que acordam e fazem-me de cidade
Mas sou o que me faz ser assim: Criaturas de nylon e madeira
Que usam navalha e giletes, rasgam contra sua vontade
Comandados sem eira nem beira por serem marionetes
E voltam pra casa, vazios, com dor e arrependimento
E seus chefes, todos, sadios
E não aproveitam o momento da graça e sopro do vento
E por estes são carregados
Decompondo a pequena matéria que é rica em pobre miséria,
Dos bonecos controlados
E eu vejo, porém, não queria
A certeza de crueldade, em dominância vadia.
E choro, porém, me situo nessa cruel realidade
Com um pouco de mal me virtuo.
Mas ajudo quem merecer com mensagem e pouco saber
Pois amo a vida de verdade.
E quem 'paga pra receber' sofrerá pela eternidade
Com o olho que tudo vai ver, porque tudo o que desatina
Tatua-se e se eterniza em sua suprema retina.
Cuidado com o olho tão quieto que sua vida polemiza
Desde que és um feto.
E vai atuar com bravura, no seu final escolhido,
Com fechamento ou abertura...
Como queres que o olho que tudo vê te enxergues?"
(José Maurício A. S. Sobral)

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