"Meu Deus, não sou muito forte,
não tenho muito além de uma certa fé —não sei se em mim,
se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica
ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas.
Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça.
Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir.
Que eu continue alerta.
Que, se necessário, eu possa ter novamente
o impulso do vôo no momento exato.
Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam,
que eu não fira ninguém.
Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor.
Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre..."
(Caio Fernando Abreu)
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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