domingo, 1 de novembro de 2009

SEMPRE SOUBE DO MEU FIM...

"Desde o meu começo sempre soube do meu fim.
Os escuros entre um e outro, entre o nascer e o do pôr-do-sol,
enigmáticos, sempre foram minhas margens.
Rio ou mar, nascentes de água doce ou de sal,
eu sempre recebi as sombras grisalhas das nuvens,
quando a memória se transforma em noite
e nela a névoa ao amanhecer sobrevive,
como refúgio e resistente passado.
O futuro há muito se desprendeu do horizonte
e hoje é apenas uma tênue linha divisória entre os tempos.
Desde o meu começo sempre soube do meu fim,
o que nunca soube e jamais saberei
é da palavra maturada no lume da Terra
em permanente rotação no fundo de mim mesmo..."
(Fernando Rozano)

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