domingo, 1 de novembro de 2009

VERDE

"Não vaguei neste mundo besta à toa,
se bem que é bom vadiar.
Vadiei.
Se na volta da mesa toalha de cânhamo e vaso
deixei vagar pensamentos e cheiro e sabor:
como gosto de você...
E procurei ajudar outros vadios,
em precisão maior que a minha,
pois há retorno na camaradagem.
Sou de um grupo de semente vândala,
de esparramante coração.
Assumido vagabundo.
Sinto falta de você...
E lá se vão anos e gente de todas as vidas.
Vi venderem a peso de ouro copeques sem valor.
Fui passado para trás com um sorriso vago.
Era vantagem.
Vendo o sorriso vago de quem vendia.
Não sou vítima.
E cada disso com sentido:
eu amo ser humano que se aventura...
contudo vem agora canseira do vago,
ventrílocos, vociferação.
Já sinto sono no meio da volta.
Este teatro eu vi ontem.
E não que valha apenas o versado.
Mas vai chegando a velhice
e devagar cedo ao vigor do vento.
Continuo amando o que é verde...
ver-te vou indo ver..."
(Guilherme Zarvos)

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