segunda-feira, 1 de março de 2010

NESTA ÚLTIMA TARDE EM QUE RESPIRO

"Nesta última tarde em que respiro
A justa luz que nasce das palavras
E no largo horizonte se dissipa
Quantos segredos únicos, precisos,
E que altiva promessa fica ardendo
Na ausência interminável do teu rosto.
Pois não posso dizer sequer que te amei nunca
Senão em cada gesto e pensamento
E dentro destes vagos vãos poemas;
E já todos me ensinam em linguagem simples
Que somos mera fábula, obscuramente
Inventada na rima de um qualquer
Cantor sem voz batendo o teclado;
Desta falta de tempo, sorte , e jeito,
Se faz noutro futuro o nosso encontro."
(António Franco Alexandre)

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