segunda-feira, 30 de agosto de 2010

NÃO DEMORES A CHAMAR-ME...

"Quando acordo
devolvo a mente ao corpo descansado,
exaurido de todo o mal, de todo o perigo,
mas nem sempre passo os dias sossegado.
O coração pressente tua continua ausência,
este mal-estar que tem a ver
com as sucessivas tentativas
de ser feliz e nunca conseguir.
Passei a vida nisto.
É provável que fale de ti para descobrir
onde é que ainda gosto de mim.
No fundo, tu não existes,
ou já não existes dentro de mim,
fazes parte do meu falhanço.
Surge o risco de enlouquecer sozinho.
Mas, se me estiveres a ouvir,
ajuda-me a caminhar na tua direção.
Não me dês espelhos,
não me enganes mais,
não demores a chamar-me..."
(Al Berto)

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