sábado, 21 de agosto de 2010

TANTO

"Nada entendo de signos:
se digo flor é flor, se digo àgua é água.
-Mas pode ser disfarce de um segredo-.
Se não podem sentir, não torçam
a árvore-de-coral do meu silêncio:
deixem que eu represente meu papel.
Não me queiram prender como a um inseto
no alfinete da interpretação:
se não me podem amar, me esqueçam.
Sou uma mulher sozinha num palco,
e já me pesa demais todo esse ofício.
Basta que a torturada vida das palavras
deite seu fogo ou mel na folha quieta,
num texto qualquer com o meu nome embaixo."

(Lya Luft, para Lygia F. Telles)

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