segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A SIMPLICIDADE DA VIDA...

"Tudo o que é belo tende a ser simples.
A beleza anda de braços dados com a simplicidade.
Basta observar a lógica silenciosa que prevalece nos jardins.
Vida que se ocupa de ser só o que é.
Não há conflito nas bromélias,
não há angústia nas rosas,
nem ansiedades nos jasmins.
Cumprem o destino de florirem ao seu tempo
e de se despedirem do viço quando é chegada a hora.
Não querem outra coisa, senão a necessidade de cada instante.
Não há desperdício de forças,
não há dispersão de energias.
Tudo concorre para a realização do instante.
Acolhem a chuva que chega e dela extraem o essencial.
Recebem o sol e o vento, e morrem ao seu tempo.
Simplicidade é um conceito
que nos remete ao estado mais puro da realidade.
A semente é simples
porque não se perde na tentativa de ser outra coisa.
É o que é.
Não desperdiça seu tempo querendo ser flor antes da hora.
Cumpre o ritual de existir, compreendendo-se em cada etapa.
O muito querer nos deixa complexos demais.
O simples anda leve.
A simplicidade é uma forma de leveza.
Nas relações humanas ela faz a diferença.
O que cultiva a simplicidade
tem a facilidade de tornar leve o ambiente em que vive.
Não coloca sua atenção no que é acidental,
mas prende os olhos naquilo que verdadeiramente vale à pena.
Pessoas simples são aquelas
que se encantam com as coisas menores.
Sabem sorrir diante de presentes simbólicos
e sem muito valor material.
Eu gostaria de me livrar de meus pesos.
Queria ser mais leve, mais simples.
Querer uma coisa só de cada vez.
Abandonar os inúmeros projetos futuros
que me cegam para a necessidade do momento.
Não gostaria que a morte me surpreendesse
sem que eu tivesse alcançado a simplicidade.
Até para morrer os simples têm mais facilidade.
Sentem que chegou a hora,
se entregam ao último suspiro e se vão.
Tenho uma intuição de que quando eu simplificar a minha vida,
a felicidade chegará em minha casa,
quando eu menos esperar..."
(Padre Fábio de Melo)

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