sexta-feira, 25 de setembro de 2009

APATIA...

"Apatia.
O sangue não flui,
Os músculos não ondeiam,
Os ossos não colidem na verdade dos conceitos.
Apatia.
De dentro,
Apenas o também silêncio da seiva coagulada.
Apenas as cãibras esboçando
Um esforço freneticamente ingrato.
Apenas o cálcio esbranquiçado e desgastado,
Lutando bravamente para se separar da carne.
Apatia.
Os sons ornam-se a si mesmos.
Afiguram pirâmides de ecos
Que triangulam sem sentido algum,
Senão o seu próprio sentido.
Os cheiros…
Meros desconhecidos
Que pelo anonimato perdem a vaidade do que são.
Apenas o tato subsiste,
Teimando em querer comprovar
Que o que a mão eleva à boca é uma maçã.
Porque os olhos enganados
Crêem ver uma 9 mm
Destravadamente pronta a disparar.
Bum!...
E os ecos volvem solitários
Na direção dos ponteiros,
Onde estagnam,
Até se soltarem novamente,
cheios do seu sentido..."
(Pedro Rodrigues)

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