sexta-feira, 25 de setembro de 2009

HÁ DE CHEGAR O FIM...

"A demissão da vaidade permite a lucidez
E alivia o peso das horas corretas
Enquanto o zelo da alegria enuncia o respeito pela dor.
A ausência de desejo submete a cor à dúvida,
Compromete a seriedade e o caos numa mesma espera
E limita o espaço onde se movimentam os braços.
A morte da ternura é demasiado lenta
E avança com uma delicadeza suave,
Melodiosa até, que rompe limites até então seguros
E nunca postos em causa pelo corpo.
A água escorre através das fendas
Provocadas pela seca continuada.
Há sinais de mudança
Legitimados pela frescura dos arbustos
Que ladeiam o caminho incerto
Que conduz a um silêncio em construção,
Uma idéia indefinida de prazer sensual e puro
Que permanece...
Toda a paz respira dentro de uma loucura
Reconhecida pelos homens
Que seguem a luz reveladora dos limites
E acrescenta à harmonia
A sede líquida da exclamação correta.
Há de chegar o fim..."
(Rui Almeida)

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