sexta-feira, 25 de setembro de 2009

SOLDADO

"Creio na incredulidade com que me olhas.
Acredito ainda que não sabes o fim,
Que não o adivinhas por detrás dos olhos baços
E do sorriso que em tempos acreditaste ser tudo o que existia.
Esperas a palavra,
O momento,
Esperas a crueldade de um conjunto de atos
Que te permita ser quem realmente és,
Que te permita soltar todos os verbos amarrados
Por esperas inúteis e sonhos ancorados.
Fazes uma pausa.
Deixas-me respirar.
Esperas o recomeço de um final há muito adiado.
O pano abre-se,
A cena recomeça.
Novamente ator principal,
Perco-me das palavras,
Desisto dos sonhos,
Alisto-me no exército da coragem e sorrindo digo-te:
Algum dia chegaria o fim.
Abraças-me e há naquele abraço
O alívio de vinte anos sem saber sorrir..."
(Isa Mestre)

Nenhum comentário: