segunda-feira, 14 de setembro de 2009

POR QUE NÃO?

Por que não?
Por que não confessar o medo
em todas as minhas vésperas de desespero?
Por que não me confessar soturno e profundo
em cada riso largo e estreito?
Por que não apalpar seu corpo
como quem apalpa a sua última idéia otimista?
Por que não confessar a sátira e a violência
e brincar de menino esperando
que você me descubra triste ao pé da lareira?
E te pedir desculpas, por que não?
E agredir a tua boca
apenas como um grande pretexto para o carinho depois.
Por que não te sugar até não sobrar nada, a não ser tua boca,
que beberá em mim o que você, só você me permitiu ser?"
(Oswaldo Montenegro)

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