sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ODE DO FIM DA PAIXÃO

"Agora que a paixão se demoveu de ti
são poucas as notícias que te trago.
As palavras bem podem ser
pequenos papéis atirados ao chão.
Se o vento as levantar
é porque ainda haverá um livro de poemas
nas pontas dos dedos a ferir o espaço
para um último batimento...
Deixaste-me assim com a paixão rápida
o funeral e os pássaros nos ramos
a aprender asneiras
e as marchas de séculos anteriores.
Recusaste um coração a cercania das mãos
a destapar o rosto oculto.
Agora é tarde,
os poemas são vedações de florestas
que não podem crescer mais.
Sem árvores o vento não sopra
e é pouco o que chega até ti..."

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