segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A PARTIR DE SEMPRE...

"Sou, a partir de sempre,
As esquinas asfaltadas da cidade fantasma
E que por precaução ou simples temor,
Ninguém cruzou.
Sou qualquer coisa,
Como o rio que secou no verão passado
E que por abandono ou solidão,
Ninguém notou...
Sou hoje a soma de tudo
O que deveria ter sido e não fui.
Por mera covardia de sentir a tempestade,
Por mera aflição da urgência não atendida,
Por mera e substanciosa preguiça de ser...
Sou como essas linhas céleres
Escritas sem cuidado
E que o tempo,
Como a tudo que existe,
Cuidará de destruir..."
(Vanessa Marques)

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