"A dor de não dizer dói mais que a dor
de a ninguém dirigir-se no deserto
num palavrório de sentido incerto.
Se viver, para mim, fosse indolor,
só se a alma houvesse sido surda e cega.
Vejo que não me ouves nem me vês
por mais que eu te alinhave os meus porquês
ao pé de tua vista que me nega
o dom mais-que-valioso de te olhar
e dizer-te o que mais me doerá
se não disser. E -sinto a tua falta-
digo e repito nítido e em voz alta,
que entre todas as dores que me assaltam
só mesmo a de calar ainda falta."
(Tite de Lemos)
domingo, 24 de janeiro de 2010
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