sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

EMBRIAGUEZ DE TI

"Chegámos já as luzes se tinham apagado.
Deixei que te sentasses primeiro para escolher
o lugar de onde te poderia admirar melhor.
Começou...
E eu ignorava o palco para te poder observar.
A estrela do espectáculo eras tu.
A minha paisagem era o teu perfil.
A minha música era a tua respiração.
As luzes eram o brilho dos teus olhos.
Ah, que vontade de mexer no teu cabelo,
dar-te a mão, tocar a tua pele.
Que vontade de perceber
que a tua indiferença era apenas timidez,
que o teu silêncio era apenas deferência,
que o teu sorriso era todo para mim...
Que vontade que as luzes nunca se acendessem
para poder estar ali ao teu lado
a sentir a tua entrega.
Que desejo de que me amasses.
Abandonei-me àquela contemplação.
Deixei ficar a minha perna ao teu lado,
sem te tocar, de tal forma próxima
que sentia o calor do teu corpo.
Quase esquecia a névoa que me saía do olhar
sempre que te ausentavas.
Que momento sublime.
Que desejo.
Que amor.
Ah, que embriaguez de ti!"
(Pedro Rapoula)

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