sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

LENTO DESEJO DO TEU CORPO

"E à alegria diurna descerro as mãos.
Perde-se entre a nuvem e o arbusto
o cheiro acre e puro da tua entrega.
Bichos inclinam-se para dentro do sono,
levantam-se rosas respirando contra o ar.
Tua voz canta o horto e a água
-e eu caminho pelas ruas frias
com o lento desejo do teu corpo.
Beijarei em ti a vida enorme,
e em cada espasmo eu morrerei contigo..."
(Herberto Helder)

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