sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

TALVEZ SEJA ASSIM TODO AMOR...

"Esses estranhos que nós amamos e nos amam
olhamos para eles e são sempre adolescentes,
assustados e sós sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide descuidados
e intensos no seu exagero de temporalidade pura.
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso tênue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor."
(José Tolentino de Mendonça)

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