sábado, 2 de janeiro de 2010

TEMPO

"No tempo em que éramos felizes não chovia.
Levantávamo-nos juntos, abraçados ao sol.
As manhãs eram um céu infinito.
O nosso amor era as manhãs.
No tempo em que éramos felizes
o horizonte tocava-se com a ponta dos dedos.
As marés traziam o fim da tarde
e não víamos mais do que o olhar um do outro.
Brincávamos e éramos crianças felizes.
Às vezes ainda te espero
como te esperava quando chegavas
com o uniforme lindo da tua inocência.
Há muito tempo que te espero.
Há muito tempo que não vens..."
(José Luís Peixoto)

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