"Quero dizer-te uma coisa simples: 
a tua ausência dói-me. 
Refiro-me a essa dor que não magoa, 
que se limita à alma; mas que não deixa,
por isso, de deixar alguns sinais 
-um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, 
e um vazio nas mãos, como se as tuas mãos 
lhes tivessem roubado o tato. 
São estas as formas do amor, podia dizer-te; 
e acrescentar que as coisas simples 
também podem ser complicadas, 
quando nos damos conta da diferença 
entre o sonho e a realidade. 
Porém, é o sonho que me traz a tua memória; 
e a realidade aproxima-te de ti, 
agora que os dias correm mais depressa, 
e as palavras ficam presas 
numa refração de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de mim 
-e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói..." 
(Nuno Júdice)
domingo, 3 de janeiro de 2010
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