sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

EXILIO

"Esta mania de me saber anjo, sem idade,
sem morte para a qual viver,
sem piedade por meu nome
nem por meus ossos que choram vagando...
E quem não tem um amor?
E quem não goza por entre amapolas?
E quem não possui um fogo, uma morte,
um medo, algo horrível,
ainda que fira com plumas,
ainda que fira com sorrisos?
Sinistro delírio amar uma sombra.
A sombra não morre.
E meu amor só abraça ao que flui
como lava do inferno:
una loja calada,
fantasmas em doce ereção,
sacerdotes de espuma,
e sobretudo anjos,
anjos belos como lâminas
que se elevam na noite
e devastam a esperança..."
(Alejandra Pizarnik)

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