domingo, 24 de janeiro de 2010

NAS LINHAS DA MÃO

"O sono retirou-se do meu corpo
e as cigarras atormentam as minhas noites.
Depois de teres partido, os lençóis da cama
são como limos frios que se agarram à pele.
Porém, se me levanto, não faço mais
do que arrastar a solidão pela casa;
talvez procure ainda um gesto teu
nos braços do silêncio, como um pombo cego
a debicar as sombras na única praça deserta da cidade
-o amor nunca aprendeu a ler nas linhas da mão."
(Maria do Rosário Pedreira)

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