terça-feira, 20 de outubro de 2009

À CARLOS DRUMOND DE ANDRADE

"Ele entrou em mim sem cerimônias
Meu amigo, seu poema em mim se estabeleceu
Na primeira fala eu já falava como se fosse meu
O poema só existe, quando pode ser do outro
Quando cabe na vida do outro
Sem serventia não há poesia, não há poeta, não há nada
Há apenas frases e desabafos pessoais
Me ouça, Carlos, choro toda vez que minha boca diz
A letra que eu sei que você escreveu com lágrimas
Te amo porque nunca nos vimos
E me impressiono com o estupendo conhecimento
Que temos um do outro.
Carlos, me escuta
Você que dizem ter morrido
Me ressuscitou ontem à tarde
A mim a quem chamam viva
Meu coração volta a ser uma Hemington disposta
Aprendi outra vez com você
A ouvir o barulho das montanhas
A perceber o silêncio dos carros
Ontem decorei um poema seu
Em cinco minutos
Agora dorme, Carlos..."
(Elisa Lucinda)

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