sábado, 24 de outubro de 2009

FINALMENTE VOCÊ...

"Chove...
Vidros das janelas embaçados como meu passado.
Teu rosto, indistinto através destes vidros.
Poças d'água formadas no meu caminho há tanto tempo.
Por quê demoraste tanto?
De que adiantou esconder-te tão longe,
se o destino, decantado,
sábio destino, te reservou prá mim?
De que valeu tua vida sem mim?
Teu rosto há de ficar nítido.
A chuva há de passar, delinear teus traços.
Um minuto, agora você sabe,
pode ser bem maior que a eternidade,
pode significar o tempo que te prometi.
Eternidade sem chuvas, sem rostos embaçados,
sem aquelas poças geladas.
Teus olhos, claros, atentos, marcantes,
olhos de quem vê, finalmente.
Sol, luz, claridade, céu, tuas mãos.
Finalmente!"
(A.C. Rangel)

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