"Pergunto-te:
Onde se acha a minha vida?
Em que dia fui eu?
Que hora existiu formada
de uma verdade minha bem possuída?
Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.
E a quem é que pergunto?
Em quem penso,
iludida por esperanças hereditárias?
E de cada pergunta minha
vai nascendo a sombra imensa
que envolve a posição dos olhos de quem pensa.
Já não sei mais a diferença de ti, de mim,
da coisa perguntada,
do silêncio da coisa irrespondida..."
(Cecília Meireles)
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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