"As palavras são como um cristal,
as palavras...
Algumas, um punhal, um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas verdes paraísos
lembram ainda.
Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim, cruéis,
desfeitas, nas suas conchas puras?"
(Eugénio de Andrade)
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
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