quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ESTA TARDE...

"O que houve com esta tarde?
Há pouco ritmo no relógio do pulso
Há pouca gente nas ruas do mundo
Há pouquíssimas lembranças
na memória deste instante.
Lentos, os passos se precipitam…
Rudes, os pensamentos escoam
como a chuva ligeira no asfalto…
Esta tarde tem a cara de um poema
que pairou rapidamente a superfície da mente
E se depositou no vão do esquecimento
Esta tarde cheira diferente,
ama diferente, pulsa diferente
Esta tarde é um longo ensaio de desencontros
A vida adormece na frente da tevê
e há lamúrias e ausências sem identidade.
Esta tarde viúva não sente saudade,
Não sente pesar, não reflete, não titubeia…
Esta tarde é qualquer coisa
que não compreendemos!
Qualquer enigma e melancolia,
qualquer metáfora esquecida,
arrasta-se num espaço melódico
de carências não identificáveis
Esta tarde é o intervalo
entre a falta de amor
e a falta de vida..."
(Geovane Belo)

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