sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

MESMO QUE O "TUDO" NÃO ME MUDE...

"Uma melodia silenciosa
agarra o meu corpo e tu não vês,
faz-me voar e pensar
no que crês e não crês.
Abre-me os olhos para ver imagens
de um mundo ao contrário,
como tudo deveria ser,
o outro lado do cenário.
Obriga-me a assistir cego
a um espectáculo no palco,
o oposto da minha vida que não é
só shows e momentos altos.
Não sou ninguém nestas alturas,
nasci no nada
um espelho que não reflete,
uma matéria mal estudada.
Rimas estruturadas seguem
o flow do meu suspiro,
uma força consciente cresce
sempre que eu inspiro.
Na escuridão vem-me a luz,
idéias vão surgindo
reflito no que fui, no que sou
e no que quero ser.
Já fui longe demais,
dificil regressar,
o tempo não volta atrás.
Sou eu mesmo,
faça coisas boas ou coisas más.
Sofredor e conhecedor da felicidade
que tu não me dás.
No coração dos teus sentidos
vou bebendo sóbrio
o nome por mim escolhido,
um mistério para mim próprio.
Sempre humilde,
morando ao lado da fama.
Eu não descanso,
estou sempre a chamar por ti
quando os sentidos adormecem,
apareces e aí...
Sou como uma sombra,
podes pisar q'eu não me altero.
Sigo, não se passa nada,
quando o sol desaparece começo do zero.
Um dia assim hoje,
outro diferente amanhã,
amante da vida louca
mas mente consciente e sã.
Sou adepto da ignorância,
assisto mas não sou fã,
a felicidade eu quero,
mas nao sei onde ela está...
Domino-me a mim mesmo,
pesquiso fundo a virtude
eu mudo tudo mesmo
que "o tudo" não me mude..."
(Conceição Castro)

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