terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

IGUAIS

"No dia em que ele se declarou
a cidade inteira silenciou.
Todos queriam ouvir a resposta
Águias com seus vôos razantes,
urubus a espreita
de um pobre instante
Rezando pelo não nas suas costas
E ele cantava o seu amor
Com a sua garganta branca.
E ele jurava o seu amor
Com sua garganta Santa
No dia em que o outro decidiu
enfrentar o mundo por aquele amor
Sentiu o peso sobre seus ombros
Pai, mãe, filho, irmãos,
amigos e um casamento antigo.
Julgamentos e seus escombros
Mas eles se amavam tanto
Que já não cabia engano
Mas eles se desejavam tanto
Mesmo o futuro uma tela em branco
Nunca foi tarde demais
O medo, a verdade desfaz
Águias, urubus, julgamentos,
fobias, força bruta.
Tudo é pouco demais
Código civil, onde se viu,
nêgo que enrustiu
não separa os iguais...."
(Jefferson Abreu)

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